A Carreira dos TDTs é a 29ª pior remunerada das 31 carreiras da função pública (ganho médio mensal)

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Ontem foi publicado o Síntese Estatística do Emprego Público (SIEP) do 3.º Trimestre de 2016.

Nesta edição da SIEP divulgam-se os dados de emprego e remunerações médias recolhidos através do Sistema de Informação da Organização do Estado (SIOE) para o sector das Administrações Públicas, com referência ao 3.º trimestre 2016. É igualmente disponibilizado um capítulo de indicadores estatísticos de síntese sobre emprego e remunerações no universo das empresas públicas, demais pessoas coletivas públicas e outras entidades públicas que compõem os subsectores das sociedades financeiras e não financeiras públicas do sector público.”

Então vamos analisar o documento.

Este documento apenas contabiliza os profissionais que trabalham na administração pública e que possuem um contrato a tempo completo. Obviamente que os profissionais a recibos verdes a trabalhar para a função pública e os profissionais do sector privado não entram nestas contas. Se entrassem, os resultados seriam ainda mais negros para os Técnicos e Diagnóstico e Terapêutica.

Número de profissionais:
  • Contabilizam-se 8778 TDTs a trabalhar na administração pública (com contrato a tempo completo);
  • Este número representa apenas 1,3% do total dos profissionais que trabalham na administração pública (com contrato a tempo completo);
  • Houve uma diminuição de 157 TDTs de 2016 relativamente a 2011;
  • Curiosamente houve um aumento de 2750 Médicos de 2016 relativamente a 2011;

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Remunerações:
  • Esta tabela permite-nos verificar a remuneração base média mensal e o ganho médio mensal da 31 carreiras/cargos/grupos;
  • Refere-se a valores brutos.

Vamos analisar o ganho médio mensal (valor médio remuneratório bruto onde se inclui subsídio de férias, natal e todos os suplementos):

  • Um TDT aufere (à data de julho de 2016) 1380,2 euros, menos 68 euros do que auferia em outubro de 2011;
  • A Carreira dos TDTs é a 29ª pior remunerada das 31 carreiras da função pública!
  • A Carreira dos TDTs é a pior remunerada das profissões de profissionais licenciados (240 ECTS);
  • Só os assistentes operacionais, assistentes técnicos e administrativos auferem menos do que os TDTs na função pública;
  • Um Técnico Superior de Saúde aufere mais 662 euros do que um TDT;

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Considerações finais:

  • Com todo o respeito pelas restantes profissões, mas deve um Técnico de Diagnóstico e Terapêutica (que é um profissional licenciado, que tem de estudar no mínimo quatro anos e fazer investigação científica antes de ingressar na carreira dos TDT) auferir menos do que profissionais não licenciados? Nós na APIMR não concordamos! O mérito e o investimento feito na obtenção de graus académicos, na produção de investigação científica e na realização de procedimentos de diagnóstico e/ou terapêuticos baseados nas melhores evidências científicas disponíveis (sempre centrados no melhor benefício dos nossos doentes/utentes) devem ser devidamente recompensados!; 
  •  Representando os TDT apenas 1,3% dos profissionais da função pública e sendo a 29ª carreira com o ganho médio mensal mais baixo, não entendemos porque é que o Governo não revê a nossa carreira profissional. Matematicamente o impacto orçamental seria muito baixo!;
  • Esta situação é ainda mais incompreensível quando outros grupos profissionais foram actualizados, tendo uma peso orçamental muito mais elevado.

Relatório completo

5 Responses

  1. José

    Boa tarde.
    Sou Técnico de Radiologia e tenho apenas uma coisa apontar ao post.
    Apenas um comentário a este ponto: “deve um Técnico de Diagnóstico e Terapêutica (que é um profissional licenciado, que tem de estudar no mínimo quatro anos e fazer investigação científica antes de ingressar na carreira dos TDT) auferir menos do que profissionais não licenciados”. O problema não deve ser abordado só pelo problema da licenciatura. Em minha opinião, o problema de base também está na responsabilidade clínica a que certas áreas estão sujeitas e cuja remuneração não está de acordo com essa mesma responsabilidade.
    De resto, boa apreciação do referido documento.
    Cumprimentos

    • APIMR
      APIMR

      Caro colega José,

      A sua consideração mereceu a nossa melhor atenção e estamos em pleno acordo com a sua opinião.
      A remuneração e responsabilidade profissional devem estar sempre de “mão dada”. E, precisamente no caso das nossas profissões, um dos principais problemas é a falta de actualização dos conteúdos funcionais, tornando-os mais consentâneos com o grau académico (em maitas áreas ainda estamos ao nível dos Técnicos Auxiliares do passado).

      Com uma actualização e reconhecimento das nossas competências/funções, à semelhança dos nossos colegas em Inglaterra (por exemplo), haveria simultaneamente um maior reconhecimento da nossa autonomia em alguns procedimentos. Não se percebe o porque de tamanha distinção entre a nossa carreira e a dos Técnicos Superiores de Saúde.

      A valorização profissional e o reconhecimento da nossa responsabilidade profissional integram os principais propósitos da criação da nossa Associação e são ideais pelos quais nos bateremos.

      Gratos pela sua interação,

      A APIMR

  2. Nuno

    Gostaria apenas de acrescentar que já nos é exigido diariamente o desenvolvimento das competências que nos faltam por decreto serem reconhecidas. Se houvesse apenas uma greve de zelo, boa parte dos serviços paravam porque o disposto no decreto de 99 é insuficiente para fazer face às necessidades principalmente se tivermos em conta que temos TDT de 2a classe a realizar trabalho de competência de TDT principal e especialista. Como não há progressão na carreira isso seria suficiente para demonstrar a necessidade de revisão da situação actual. No entanto como todos precisamos de trabalho e de (sobre)viver, lá nos sujeitando. Abram os olhos e façam o que vos compete. Vão ver que ninguém vos pode exigir mais do que aquilo para o qual vos contratam e para a função que exercem.

    • APIMR
      APIMR

      Tem toda a razão colega Nuno!

      Diariamente, muitos TDTs assumem responsabilidades acima da sua categoria profissional e sem obterem a devida compensação remuneratória / curricular. Esperemos que a revisão da nossa carreira prevejam estas situações e que as nossas competências sejam todas reconhecidas e devidamente remuneradas.

      Gratos pela sua interação,

      A APIMR

  3. bruno silva

    boas, sou tecnico de radiologia na ilha graciosa açores. gostava de saber quando entra em curso as novas carreiras, e ja agora qual a remuneração. sem mais assunto.
    aguardo resposta
    bruno silva

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