Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica (área da Radioterapia) operam o equipamento tecnicamente mais avançado da sua geração a chegar ao Serviço Nacional de Saúde

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Segundo a Revista “ Sábado” o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, inaugurou no dia 21/11/2016 no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto o novo acelerador linear. O novo equipamento teve um investimento de cerca de cinco milhões de euros e permite ao IPO ter uma maior oferta na qualidade.

“Este investimento demonstra claramente as nossas prioridades. O cancro é uma prioridade e estamos a apostar nessa área. Estamos a investir nos equipamentos mas também nos medicamentos de tratamento dos doentes oncológicos. Vamos fechar o ano com mais três mil profissionais. Queremos repor os profissionais necessários para que possam dar uma boa resposta aos doentes”, disse Adalberto Campos Fernandes.

Questionado sobre o protesto dos técnicos de diagnóstico, que mantêm uma greve por tempo indeterminado, o ministro afirmou que ” há sempre hipótese de negociar, aliás há tempo de negociações e há reuniões marcadas”

Este ano celebram-se cinco anos do Serviço de Radioterapia do IPO Porto, o maior serviço da Península Ibérica e um dos mais conceituados na Europa, refletindo a constante aposta em técnicas inovadoras no tratamento da doença oncológica através da radiação ionizante.

Ao longo de cinco anos, o IPO Porto tem introduzido novos equipamentos tecnológicos de vanguarda que possibilitando técnicas modernas, com maior rigor, eficácia e qualidade.

O novo acelerador linear de última geração permite realizar tratamentos de radioterapia com maior rigor, rapidez e conforto para o doente. Este é o equipamento tecnicamente mais avançado da sua geração a chegar ao Serviço Nacional de Saúde e disponibiliza as ferramentas mais sofisticadas em Radioterapia Guiada por Imagem (IGRT).

Com um investimento de cerca de 5 milhões de euros (2,5 milhões financiados pelo Portugal 2020), este acelerador estará também ao serviço de um projeto de investigação que tem como objetivo a avaliação da resposta em tratamentos menos invasivos e individualizados para determinados tipos de cancro.

De facto concordamos que dos melhores investimentos que se pode fazer é em saúde, quer em equipamentos/infra-estruturas quer em profissionais. Mas se para o Sr. Ministro o investimento em equipamento é prioritário, o investimento em profissionais e capital humano, também deveria ser. Afinal, são estes profissionais quem vão operar os equipamentos e tirar o melhor partido destes, em prol dos utentes.

Mas quem são afinal os profissionais que vão operar este equipamento tão avançado e tão caro? Serão Médicos? Enfermeiros? Não! São os Técnicos de Radioterapia! os Técnicos de Radioterapia são profissionais que integram a carreira dos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica e que segundo essa carreira desatualizada continuam a auferir  o miserável salário de bacharéis, quando na realidade são licenciados, mestrados ou doutorados e até conseguem utilizar o “equipamento tecnicamente mais avançado da sua geração a chegar ao Serviço Nacional de Saúde”!

Estes mesmos profissionais estão à espera de uma revisão de carreira há 16 anos desde que saiu o DL 564/99 e já esse preâmbulo, reconhecia, na altura, a necessidade de uma revisão mais profunda já que, à data, o articulado já se encontrava desatualizado face à realidade e evolução das profissões. Estranhamos que até hoje nada tenha acontecido. E já passaram 16 anos. Muita coisa mudou no panorama da Saúde em Portugal que é uma área em constante evolução.

O que gostaríamos de ter ouvido do Sr. Ministro à questão do protesto dos técnicos de diagnóstico, que mantêm uma greve por tempo indeterminado era: “Estes profissionais são essencial ao SNS e tal como se pode ver nesta inauguração, sem eles, este equipamento não funcionaria. Portanto comprometo-me a rever e a aprovar a nova carreira ainda este mês”

Por isso relembramos ao Sr. Ministro que tem que ter a noção que há vários tipos de investimentos em saúde: em equipamentos/infraestruturas e em recursos humanos, sendo que este último não se pode cingir apenas às contratações, mas também à promoção do mérito de quem já lá trabalha. Só assim os profissionais podem ter condições para se manterem atualizados e motivados. Não se esqueça que os principais pilares das instituições não são os equipamentos mas sim os profissionais. E isso devia também de constituir uma prioridade.

Portanto Sr. Ministro não olhe só para os equipamentos de 5 milhões de euros, olhe também para o TDT que o vai operar por 1020 euros mensais ou menos…

Mas enquanto uns são notícia mediática e são relevantes politicamente, outros teimam em não ser…

Fontes:

https://www.sns.gov.pt/noticias/2016/11/21/visita-ao-ipo-porto/

http://www.sabado.pt/ultima_hora/detalhe/5_milhoes_para_combater_cancro.html

 

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