Que os serviços de Imagiologia estão a falhar face à procura não é nada de novo – está documentado desde a década de setenta, diz o Professor Nigel Thomas, médico Radiologista da Universidade de Salford
“A solução é treinar os Técnicos de Radiologia (radiographers) a desenvolverem mais trabalho de relatar determinados exames, libertando os médicos Radiologistas para exames mais complexos” afirma o Prof. Nigel Thomas
E acrescenta: “ Os Técnicos de Radiologia, desde sempre que, de forma informal, ajudaram jovens médicos a relatar durante anos. Mesmo quando os cursos não eram de nível superior, os médicos de várias especialidades, perguntavam-lhes a opinião acerca dos exames radiológicos”
Depois, quando isto foi formalizado, os Técnicos de Radiologia passaram a colocar um círculo vermelho (“Red dot”) nas imagens que eles entendiam serem anormais e que requeriam atenção. “ Isto não era, de maneira nenhuma, diagnóstico, mas levou a que alguns jovens médicos, chegassem à conclusão que havia alguns radiographers com grandes capacidades para reconhecer imagens anormais e apoiavam-se muito na sua opinião” refere Thomas.
Em meados da década de 90, começaram a surgir cursos pós graduados para Técnicos de Radiologia (que por sua vez já lhes era exigido o grau académico de Licenciatura) onde estes eram treinados para interpretar radiografias executadas nos serviços de urgência. “Os Médicos Radiologistas estiveram directamente envolvidos no desenho e nos conteúdos dos cursos e, mesmo nos hospitais os Médicos Radiologistas aconselhavam e acompanhavam os relatórios técnicos” afirma Thomas.
Mais tarde, estes cursos expandiram-se para também incluírem relatórios de radiologia convencional fora da urgência, como em radiografias do Tórax e Abdómen e alguns novos cursos para certos tipos de TC’s e RMN’s
“Temos actualmente 50 -60 “consultant radiographers” no Reino Unido. Os que se especializaram em Mamografia podem executar o exame, interpretá-lo, se necessário executar uma Ecografia e eventualmente uma biópsia, além de dar aconselhamento à doente em causa” afirma Thomas.
Este tipo de relatórios são fortemente protocolizados e controlados de modo a assegurar que a qualidade diagnóstica é mantida.
Existem esquemas de trabalho pré-definidos, validados por vários serviços Hospitalares, que determinam que tipo de relatórios é que os Técnicos de Radiologia podem fazer, quantos podem produzir e durante quanto tempo.
Existe também um apertado controlo e auditoria do trabalho desenvolvido. Cerca de 10% dos relatórios são revistos pelos Médicos Radiologistas e pelos seus pares e existem reuniões para avaliar e corrigir possíveis erros ou dar sugestões de melhoria futura, individualmente.
Thomas afirma: “ São necessários pelo menos cinco anos para treinar um Médico especialista em radiodiagnóstico e enquanto lutamos para que haja mais vagas, entretanto temos que utilizar os recursos que temos à nossa disposição, com vista a sermos mais eficientes”
Ele sugere mais treino para os denominados “assistant radiographers”, de modo a que eles possam aliviar o trabalho dos Técnicos de Radiologia (radiographers), de modo a que estes, por sua vez, aliviem os Médicos radiologistas. “Isto quer dizer que os “reporting radiographers” poderiam ajudar a reduzir os tempos de espera pelos relatórios, reduzir o número de imagens não relatadas e as imagens auto-relatadas (aquelas que são informalmente relatadas por outras especialidades médicas), afirma Thomas.
“Muitos Médicos radiologistas estão envolvidos no treino dos “reporting radiographers” e eles sabem que isso funciona, mas alguns opuseram-se a que os Técnicos de radiologia podessem relatar,” afirma Thomas. “É essencial que toda a gente possa ter a noção que os Técnicos de Radiologia (radiographers) e os Médicos Radiologistas se podem complementar uns aos outros.”
Traduzido de: http://www.healthawareness.co.uk/imaging/radiologist-calls-for-more-radiographer-reporting
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