Partilhamos o artigo do colega e vogal da Direção da APIMR, Dr. Carlos Nujo.
Além de ser Técnico de Radiologia é também vogal do Conselho Clínico e de Saúde do ACES Feira – Arouca
Exortamos os colegas a enveredar mais por estes cargos de gestão e administração estratégica, pois são cargos onde se tomam decisões de relevo para o futuro das nossas profissões
O artigo original passou na revista Líder – AQUI
Partilhamos alguns exertos
Com o surgimento da pandemia de COVID-19, todos os setores de atividade, os seus trabalhadores e famílias foram afetados. Se inicialmente, se achou que este vírus iria ter um impacto mínimo, de apenas alguns meses, rapidamente nos apercebemos que estávamos enganados. A duração e a severidade do mesmo, obrigaram as organizações a uma rápida mudança, sem tempo para planeamento, como nos relata Lara Bule, Team Leader Administration na Grenke, no artigo “Como se gere um departamento remoto em tempo de COVID-19?” da revista Líder: “Ninguém estava verdadeiramente preparado e a adoção não foi fácil. Mas agora agimos como se o futuro do negócio dependesse de uma nova tribo de nómadas digitais.”
Liderança remota
O trabalho remoto popularizou-se com a pandemia, no entanto, várias organizações já o utilizavam antes com bastante sucesso.
Líderes e especialistas concordam que esta forma virtual de trabalhar e interagir pode ser o novo normal.
Se sempre foi desafiante gerir equipas, agora então (com as equipas dispersas geograficamente) esse desafio ganhou uma nova proporção. Por essa razão, é especialmente importante desenvolver competências de Liderança específicas a este contexto de Teletrabalho, uma vez que esta nova realidade impõe a adoção de técnicas de Gestão de Equipas específicas e adequadas a este novo Modelo de Organização.
A Gestão da Qualidade assume uma enorme importância. Se sempre foi importante gerir a qualidade, agora então (quando temos colaboradores a trabalhar a partir de suas casas) revela-se absolutamente crítico. Controlo de Qualidade esse que deverá ser assegurado a 360º, através da medição de indicadores de performance individuais, complementados por Monitoria de Qualidade, bem como Inquéritos a Clientes que permitam aferir a Qualidade percecionada pelo cliente.
Para ambos os líderes de trabalho remoto, os que já o eram antes da pandemia e para os que foram forçados a liderar desta forma, podemos identificar as seguintes caraterísticas que um líder em trabalho remoto deve ter:
- Ser transparente e confiável
- Saber avaliar
- Ser comunicativo
- Ser flexível
- Respeitar os limites do trabalho
- Garantir bem-estar físico e mental
- Focado nos objetivos
Conclusão
É nas crises que os líderes emergem ou desaparecem. As crises têm esse grande condão de revelar o que está dentro de nós, exacerbando o positivo e o negativo. Uma crise nunca nos deixa os mesmos. Mexe connosco, líder ou não líder. Pontos fortes e pontos fracos de cada um, da equipa e da organização são expostos de forma mais ou menos abrupta, mais ou menos intensa, mais ou menos duradoura, com a eclosão de eventos discretos com implicações existenciais para a organização e que geram tipicamente níveis de incerteza muito grandes no seu princípio, i.e., com as crises.
“Como CEO, durante uma crise cai-nos um enorme peso em cima. As pessoas estão todas a olhar para nós à espera de decisões e temos que estar lá para elas”.
As organizações também devem ser capazes de criar e tornar realidades propostas de valor sustentáveis para os seus grupos de interesse. Agora, mais do que nunca, as organizações têm de abordar em paralelo dois desafios: a gestão eficiente do hoje, a visão a curto prazo para não tropeçar nos obstáculos do caminho, e a gestão eficaz da mudança para poder ganhar o amanhã, a visão a longo prazo que nos orienta o caminho. A única maneira de gerir as múltiplas e profundas mudanças é liderar com solidez a gestão da mudança e que seja uma atividade principal dentro das estratégias da nossa organização. Uma atividade à qual devemos dedicar o tempo e os recursos suficientes nos conselhos de administração e comités de direção. Temos o dever, como organizações, de ser o motor da mudança; de assumir as rédeas e prepararmo-nos conscienciosamente para atuar num ecossistema em permanente evolução. Só assim ganharemos o amanhã. Não será fácil, mas será apaixonante.
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